A Câmara dos Deputados apresentou progressos na estrutura de apoio às deputadas nos últimos anos com a criação de estruturas como a Secretaria da Mulher, que coordena as demandas das representantes de todos os partidos.
Criado em 2013, o órgão hoje congrega no mesmo espaço a Coordenadoria e a Procuradoria da Mulher, primeira estrutura destinada a atender à bancada feminina, ainda em 2009.
Em 2021, o Observatório Nacional da Mulher na Política também foi integrado formalmente à secretaria.
Para a coordenadora da Secretaria da Mulher, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), a criação da estrutura foi “um grande passo”.
O órgão proporciona às deputadas o assessoramento necessário ao avanço das pautas de interesse das mulheres.
Além disso, ressalta Benedita, permite que as mulheres estejam representadas por meio de sua coordenadora no Colégio de Líderes, que decide a pauta de votações do Plenário.
Apesar dos avanços, Benedita da Silva reivindica melhorias na estrutura da secretaria.
“Nós estamos em um processo de qualificação para o momento eleitoral, estimulando as mulheres a saírem candidatas a vereadoras, a prefeitas. Então, precisamos de mais assessoria”, exemplifica.
A coordenadora também cobra melhorias físicas.
“Ainda estamos espremidas, não conseguimos fazer uma reunião com mais de 15 pessoas no espaço”, reclamou.
Atualmente, a bancada feminina tem 91 deputadas, o que corresponde a 17,7% do total de cadeiras da Câmara (513).
Embora essa seja a maior bancada feminina da história, o Brasil ainda tem a menor representação de mulheres no Legislativo da América Latina.
Para se ter uma ideia, em 2022, em Cuba as mulheres ocupavam mais da metade dos lugares no Parlamento: 53,4% das cadeiras.
No México, no mesmo ano, elas correspondiam exatamente à metade dos parlamentares.
A média mundial de representatividade feminina é de 26,4%.
Esse número é da União Interparlamentar, organização global que reúne 193 países. Se seguisse esse padrão, a bancada feminina na Câmara seria de 135 deputadas.
Benedita da Silva calcula que se fossem reunidas todas as mulheres eleitas para a Câmara desde 1932, quando a primeira mulher chegou ao Parlamento, elas não conseguiriam nem encher o Plenário Ulysses Guimarães.
O Plenário tem 513 cadeiras, e o total de deputadas eleitas até hoje é de apenas 335 deputadas.
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