AEN / Foto: IAT
Guanandi, araçá, jaracatiá, canafístula, bolsa-de-pastor, vassourão-branco e também a inconfundível araucária. Essa é parte da seleção de incontáveis espécies nativas de flora do Paraná espalhada pelas Unidades de Conservação (UCs) administradas pelo Instituto Água e Terra (IAT).
Dessas, 25 estão atualmente abertas à visitação, inclusive durante o Carnaval, e convidam para passeios com foco na riqueza da flora paranaense. O Estado tem verdadeiros jardins botânicos encravados na Mata Atlântica ou no Cerrado, como é o caso do parque em Jaguariaíva.
Confira quatro dicas de passeios em lugares distintos do Paraná:
RIO DA ONÇA
Localizado em Matinhos, o Parque Estadual do Rio da Onça é conhecido por possuir cinco trilhas que permitem o contato com uma grande diversidade de espécies da flora litorânea do Estado ao longo de 1.659 hectares.
Entre elas, destaque para o guanandi (Calophyllum brasiliense), a canelinha (Ocotea pulchella) e o araçá (Psidium cattleianum), além, é claro, dos mais diversos tipos de orquídeas.
Há, ainda, uma infinidade de bromélias, família de plantas conhecida pelas cores vibrantes e pelos formatos diferenciados de flores e folhas.
O espaço reúne 80 espécies da planta, como a bromélia imperial (Alcantarea imperialis) e a espada-de-fogo (Vriesea Splendens).
Existe até um local próprio para apreciá-las: o Mirante das Bromélias, que fica no meio da Trilha Temática e permite a visualização das copas das árvores onde as plantas estão caprichosamente posicionadas.
COMO CHEGAR – O parque está localizado na Rua Argentina, 99, em Matinhos. O acesso é feito pela PR-412 no Balneário Riviera II. O horário de funcionamento é de segunda a quarta-feira, das 8h às 17h. Para visitas de grupos com 10 pessoas ou mais, deve ser feito um agendamento prévio pelo telefone (41) 3453-2472. A entrada é gratuita.
SÃO CAMILO
O esforço para conservação ambiental exige cuidados redobrados com as árvores antigas.
É o caso do Parque Estadual São Camilo, localizado em Palotina, no Oeste do Paraná. A vegetação é característica do bioma Floresta Estacional Semidecidual, e inclui árvores como jaracatiá (Jaracatia spinosa) e angico (Parapiptadenia rigida).
Além da idade, os espécimes impressionam pelo tamanho.
É possível encontrar já na borda do parque, por exemplo, perobas (Aspidosperma polyneuron) com 30 metros de altura e aproximadamente 70 anos, além de uma canafístula (Peltophorum dubium) de 35 metros de altura que já passou dos 300 anos.
A dica é pegar a Trilha da Ponte, o principal atrativo do espaço, e desbravar esse mundo encantado.
COMO CHEGAR – O acesso ao parque por Palotina se dá pelas rodovias estaduais PR-182 e PR-364 ou pela rodovia federal BR-467. O complexo está aberto de quarta a segunda-feira, das 8h30 às 16h. Não há cobrança de ingresso.
CERRADO
Apesar de estar localizado majoritariamente no bioma da Mata Atlântica, o Paraná ainda abriga alguns remanescentes de Cerrado, vegetação característica da região Centro-Oeste do País e que corre risco de extinção.
O Parque Estadual do Cerrado, em Jaguariaíva, nos Campos Gerais, foi criado para proteger um dos últimos remanescentes bem conservados deste bioma no Estado.
O espaço possui várias plantas nativas em estado vulnerável ou com risco de extinção, que possuem flores e frutos chamativos, como a fruta-do-tatu (Pradosia brevipes), a catuaba (Anemopaegma arvense), a gonfrena (Gomphrena paranensis) e a bolsa-de-pastor (Zeyheria montana).
Os visitantes podem observar a vegetação a partir das trilhas e do mirante do parque, que também permite a visualização de formações geológicas como o cânion do Rio Jaguariaíva.
COMO CHEGAR – O parque funciona de quarta a segunda-feira, das 8h30 às 16h. Para chegar no complexo existem dois caminhos.
O primeiro é passando pelo centro de Arapoti e seguir até o quilômetro 324 da PR-092, entrando à esquerda na estrada sem pavimentação e seguindo por 18 quilômetros até o parque.
A segunda possibilidade é saindo do centro de Jaguariaíva, no sentido da subestação de energia da Copel, no bairro Samambaia. A partir da estrada de chão, são 11 quilômetros até a Unidade de Conservação.
LAGO AZUL
Para quem quiser conhecer de perto a árvore símbolo do Paraná, o Parque Estadual do Lago Azul é uma ótima escolha. Localizado em Campo Mourão e Luiziana, no Centro-Oeste, o espaço é famoso pelas trilhas e cachoeiras, mas também possui uma presença forte de vegetação, reunindo espécies de dois biomas: Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Mista.
Entre as árvores presentes no local, destacam-se também o cedro (Cedrela fissilis), o vassourão-branco (Piptocarpha angustifolia) e o ipê-rosa (Tabebuia heptaphylla).
Para não perder nada de vista, é só seguir pela Trilha Peroba, que passa em meio à mata e contém também alguns resquícios da vegetação do Cerrado.
COMO CHEGAR – O complexo está aberto de quarta a segunda-feira, das 9h às 17h. Para chegar ao local, basta seguir pela BR-487 (sentido Campo Mourão a Iretama).
Percorrendo cerca de 10 quilômetros, o visitante irá passar pelo parque industrial da Coamo e pela barragem da Usina Mourão. A primeira entrada à esquerda após a barragem é o acesso ao parque.
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